Wednesday, April 8, 2009

ESPERANÇA E CONFIANÇA

Há dias, em diálogo com um meu amigo, abordamos o tema da fraca ou quase inexistente participação da população avense em actividades de cidadania, o alheamento sistemático e desmesurado em comparação com populações de freguesias circunvizinhas pertencentes a outros concelhos.
Depois de analisarmos vários factores que possam estar na origem das causas desta postura, chegamos á seguinte conclusão:
Só poderá haver uma forte razão para que esta situação persista na nossa comunidade.
Nada disto, acontece por mero acaso.
Essa razão quanto a nós, tem a ver com o clima de medo instalado no subconsciente das pessoas!
Este medo endémico tem naturalmente origens culturais ancestrais, com uma forte incidência no regime proveniente do “Estado Novo”, mas, nos tempos de hoje, há responsáveis de instituições locais apostados em manter e até se possível promover, aprofundar e reforçar este fantasma do medo, com fins estratégicos para obter resultados e dividendos com vista aos seus interesses de classe ou grupo.
Os tempos que decorrem na nossa sociedade, designadamente com o enorme desemprego, são tempos muito difíceis, que proporcionam o reforço do medo como um método, a levar á prática através de parcerias de promiscuidade existente entre a política e a religião, ou seja, entre duas figuras proeminentes da nossa comunidade, Castro Fernandes (Presidente da Câmara) e Fernando Abreu (Pároco de Vila das Aves) os quais lideram um grupo local pouco habilitado, senhores de grandes interesses instalados e que se acoitam por detrás destas duas figuras públicas, a prová-lo está, a recente mistificação de um pseudodebate sobre o tratado europeu realizado pelas ditas Jornadas Culturais, que até então eram organizadas pela igreja, que se esperava fossem plurais, mas, rapidamente para espanto nosso, se transformaram, num veículo de propaganda ao serviço da política do governo, pela mão de Castro Fernandes com a anuência de Fernando Abreu.
Quanto a nós, o responsável da igreja local, que se devia manter equidistante, neutral e isento respeitando a pluralidade subjacente ao cargo que ocupa, calculou muito mal o acto de se intrometer de forma encapotada na actividade política local.
É sabido que o medo foi e continua a ser, um instrumento utilizado ao longo dos séculos, pelas instituições do poder seja ele político ou religioso, como um estigma e como um dos grandes meios de manipulação das pessoas no sentido de as condicionar e submeter aos desígnios dessas mesmas instituições principalmente quando funcionam em “santa aliança” de interesses.
Poderá aqui, alguém perguntar:
Mas, afinal como será que estas instituições promovem o medo, inibindo as pessoas de participarem em actividades de cidadania que não se identifiquem com o poder?
É muito simples e está ao alcance de qualquer um entender.
Medo, antes de mais, da referida promiscuidade existente.
Depois o medo, de recorrer aos serviços camarários em que muitas das vezes a decisão final é submetida aos critérios do Presidente, que poderá usar ou não de vinganças políticas, quem nunca, por exemplo, precisou de uma licençazinha para construir qualquer habitação, garagem ou anexo, ou até abrir um negócio?
Dirão alguns, para não termos problemas, o melhor é sermos todos do partido de Castro Fernandes!
Há um dito antigo, retrógrado, que dizia: Há três pessoas na terra, com quem nos devemos dar bem, o Presidente da Câmara, o Regedor e o Padre, porquê?
Quem nunca, por ventura recorre ou já recorreu ao Presidente da Câmara na busca de um emprego para si ou para os seus, aliás, o que não será vergonha nenhuma, na medida em que é sabido a função social de uma Câmara Municipal.
Quem nunca por retaliação política, viu deitar abaixo um prédio já construído?
Quem já obteve benesses de um Presidente da Câmara, que fecha os olhos às construções ilegais, clandestinas dos amigos e manda deitar abaixo um prédio que ele próprio tinha licenciado, apenas por uma mera questão de retaliação política e pessoal?
Estas atitudes, identificam bem o carácter omnipotente e anti-democrático de Castro Fernandes, homem que apenas se preocupa com a sua autopromoção política e se fez aliado da revolução do 25 de Abril, para melhor a poder destruir.

10 comments:

Anonymous said...

Meu caro Beja Trindade: Nâo tenho (penso eu) o grato prazer de o conhecer. Apenas sei que tem ideias comunistas e eu nâo. Â partida dir-se-ia que somos antogónicos. Por um lado é verdade. Mas no que diz ao nosso concelho a às nossa freguesias nâo pudia estar mais de acordo consigo.Castro Fernandes é muito pior do que aquilo que se podo imaginar. E você deve saber bem, pois ele é da sua terra. CF nâo olha a meios para atingir o fim. Francamente nâo sei o que move este homem. Nâo entendo a sua cegueira por estar por cima de tudo e todos. O que se passou em S.Martinho do Campo nâo tem explicaçâo. Por isso vejam daquilo que este homem é capaz. Vejam bem o que se está a passar com as próximas eleiçôes. Em tudo que o possa vencer, está a lutar para duma maneira ou doutra levar a que se candidatem pessoas que lhe garantam a sua eleiçâo. E nâo importa se sâo do PSD,CDS ou PC o que é preciso é que originem a sua vitõria. Entâo em Negrelos com o PM é indecente o que se está a passar. Mas pode ser que tenham uma surpresa. Mau caro: Sâo precisas pessoas como você para desmistificar este embuste, esta falcatrua que se está a passar em Santo Tirso. O meu amigo dá a cara, coisa rara nestes tempos. Poderia dizer em relaçâo â minha pessoa:porque nâo o faz? E eu digo-lhe: meu filho, minha mulher e até eu próprio muito iriamos sofrer. E sabe bem quem seria o carrasco. Por isso é bem melhor (nesta altura) um cobarde(anónimo) bem na vida, do que um heroi a ir à sopa dos pobres. E olhe é triste mas é o país e o concelho que temos. Tenho esperança, mas só isso. Um abraço, continue que eu apoio, embora anonimo. Mas garanto-lhe que mesmo assim tenho alguma força.

Anonymous said...

Meus caros,
O medo a Castro Fernandes e à sua teia de influências até poderá ser compreensível. Agora o que é mais difícil de compreender é que esse medo predomine também na mesa de voto! O medo dos comunistas - que até comem criancinhas ao pequeno almoço - é dos mais primários e ancestrais em Portugal...
Ora sendo este país, essencialmente, católico só lhes poderei acrescentar que Jesus Cristo era um grande comunista!
Digam lá isto a esse padreco de Vila das Aves :)

Menina Tirsense said...
This comment has been removed by the author.
Menina Tirsense said...

É, de facto, como diz o segundo anónimo. A existir essa teia de medo em torno de Castro Fernandes, que nunca percebi que exista de facto, não faria sentido que, no momento de votar, livres desse espartilho, os cidadãos não pudessem enfim fazer jus à sua vontade e votar noutro candidato, de modo a inviabilizar as reiteradas vitórias do PS, que já vêm do tempo de Joaquim Couto, e sempre com maiorias absolutas? Ou temem que haja uma espécie de Big Brother virtual nas urnas, capaz de ler os votos expressos em folhas dobradas em quatro?! Meus amigos, que não gostem de Castro Fernandes é possível, é legítimo e é democrático, porque vivemos num país livre, mas que, não gostando dele, continuem a elegê-lo, não é compreensível. Por isso, creio que essa história do medo, do polvo e de outras alegorias afins, nasce apenas num círculo restrito de pessoas, ligadas à oposição, e não tem qualquer correspondência com a realidade. É a minha opinião, e vale o que vale.

Obrigada pelo tempo de antena.
Cordiais saudações

(repito o comentário apagado por uma imprecisão no primeiro texto. Obrigada).

utopia said...

Boas tardes,
Penso que, tal como é descrito pelo 1.º anónimo, o medo da teia de influências do Castro Fernandes é bem real e não apenas um devaneio dum círculo restrito de tirsenses. E esse medo poderá até condicionar o sentido de voto porque “se ele não ganhar, ainda me tiram a licença para construir…”, ou “se ele não ganhar, o meu filho perde o emprego”. Como se pode compreender, não é fácil falar destes assuntos abertamente e, por isso, ficam escondidos por essa temerosa “teia de cumplicidades”. Ora, como normalmente só se descobrem estas “tramóias” quando mudam os governantes, há também o medo de que venham “os outros” para retaliar e alterar o "statu quo".
Acrescente-se a isto o facto de vivermos, claramente, tempos de todos os medos que nos levam a aceitar, sem contestação, todas as atrocidades que nos querem impor. Há o medo de perder o emprego, de não termos dinheiro para comer, medo de sermos assaltados, da violência que cresce por todo o lado, medo das máfias e dos poderosos, o medo do professor de castigar um aluno, medo da inoperância da nossa polícia e do nosso estado de direito, medo de não ter saúde e de ir parar a um hospital público onde o estado resolveu desinvestir, medo da crise que veio para ficar, medo, medo e mais medo!
Não é por acaso que as doenças do foro psiquiátrico proliferam e já foram consideradas as doenças deste século.
Este medo trás também o individualismo, o “safe-se quem puder” e o alheamento da causa pública e da solidariedade para com os nossos concidadãos. Em ultima analise, acumulado com este esvaziamento do papel do estado que teima em privatizar indiscriminadamente, começa-se também a perder a noção de pátria. Pagar impostos começa a ser visto numa perspectiva individualista e não como uma mais valia para que Portugal se torne num país onde nos sintamos verdadeiramente “em casa”. Por outras palavras, se viessem os espanhóis fugíamos todos!
Mas deve ter sido por isso que o Beja Trindade intitulou o seu texto de ESPERANÇA E CONFIANÇA:
- Haja esperança em que as coisas mudem, não para mais do mesmo, mas para melhor!
- Que venham governantes mais sérios e honestos!
- Que sejam humildes!
- Que venham para servir o povo e não para dele se servirem!
- Que venha quem contribua, efectivamente, para a despoluição do Ave e do Vizela e que, com isso, promova o turismo e o emprego na nossa bela terra!
- Que venha quem nos traga mais espaços verdes que melhorem a qualidade do ar que respiramos!
- Que venha quem trate do essencial e deixe de lado o supérfluo!
- Que venha quem lute pela reabertura da maternidade pública com todas as condições que nós, as gentes trabalhadoras do concelho de Santo Tirso, tanto merecemos!
- Que venha gente que se preocupe apenas em promover e valorizar a qualidade de vida dos tirsenses!
Esperança e confiança em que os tirsenses percam o medo e que queiram ser mais felizes!

Anonymous said...

Sò espero que a Menina Tirsense leia este artigo. Que o leia, medite e pense no mal que anda a fazer a Santo Tirso e aos tirsenses. Que pense no que aqui se diz. E nâo no voto que diz ser livre e só se vota em quem se quer. Hugo Chavez, Mugabe,Eduardo Santos e tantos outros ditadores estâo no poder pelo "voto" do povo. Até Salazar governou Portugal com o voto dos portugueses. E porque nâo Castro Fernandes ser PC com o voto dos tirsenses? Está claro como a água. O pior é o resto. E todos sabemos bem isto. Que o diga o Presidente da Junta de S.Martinho do Campo Adelino Moreira

BEJA TRINDADE said...

Caro amigo Utopia

O seu comentário é excelente,
não porque vem reforçar o meu texto de opinião, mas, sobretudo porque é no meu ponto de vista um comentário acima da média, de muita lucidez que retrata exactamente os estragos causados pelo síndroma do medo junto da população.

Destaco esta sua frase:

"Esperança e confiança em que os tirsenses percam o medo e que queiram ser mais felizes!"

Parabéns!!!

Menina Tirsense said...

Caros amigos,

A Menina Tirsense é apenas uma cidadã de Santo Tirso, e nada mais do que isso! Por que insistem em dar tanto poder a quem não tem poder algum?! Não ando a "fazer mal" a ninguém, e é insensato da vossa parte dizer tal coisa. Tenho o direito de exprimir as minhas opiniões, tanto como qualquer um de vós. Dramatizar isso não faz sentido. Obrigada

Anonymous said...

http://santotirsotodaaverdade.blogspot.com/2009/04/30000-visitantes.html?showComment=1239576480000#c8119515616287141651

Anonymous said...

O MEDO DO BANDO DO CASTRO




O medo de muitos indígenas que por fatalidade vivem neste sítio pobre, hipócrita, manhoso e cada vez mais mal frequentado é bem diferente. É o medo de não terem futuro, é o medo de filhos e de netos continuarem a não ter futuro devido a políticas erradas, a políticas assassinas, a políticas que inevitavelmente vão levar o sítio para o abismo com um endividamento externo incomportável que será pago, e bem pago, por várias gerações. Mas o medo no sítio não é de hoje, é ancestral, é um medo salazarento, um medo de romper com um passado triste e um presente muito miserável, um medo de mudança, um medo reaccionário, um medo de incomodar e zangar. Um medo presente nas eleições e que impede os indígenas de usarem os votos para pôr em sentido a clique instalada no poder.