Monday, December 16, 2013

HOMENAGEM DE PARABÉNS


                                     ANA JOAQUINA MARTINS COELHO
 
FAZ HOJE 104 ANOS

NASCIDA EM 16 DE DEZEMBRO DE 1909, NA FREGUESIA DE LAMOSO, CONCELHO DE PAÇOS DE FERREIRA, FAZ HOJE 104 ANOS, VIÚVA, PAROQUIANA DE VILA DAS AVES, MÃE DE 3 FILHAS E UM FILHO, SENDO QUE UMA DAS FILHAS FALECEU. AVÓ DE 8 NETOS E BISAVÔ DE 8 BISNETOS. FOI TECEDEIRA NA FÁBRICA DO RIO VIZELA (NEGRELOS), ONDE INGRESSOU EM 1920.


Biografia:
 
ANA JOAQUINA MARTINS COELHO, nasceu em 16 de dezembro de 1909 na freguesia de Lamoso, do concelho de Paços de Ferreira, filha de José Martins e de Maria Coelho. 

Aquando o seu nascimento, decorria o regime de monarquia constitucional no reinado de D. Manuel II, que durou até 5 de outubro de 1910, ano em que se deu a Revolução Republicana. Aliás ANA COELHO, foi contemporânea duas guerras mundiais e de três revoluções em Portugal a saber: Revolução de 1910 com o fim da monarquia constitucional e implantação da I República, a revolução do 28 de Maio de 1926 em Braga, que culminou na ditadura do Estado Novo, II República e por último a revolução do 25 de Abril de 1974 que pôs termo à ditadura e à guerra colonial, instaurou a III República com o presente regime democrático.

Com apenas 11 anos de idade, sem nunca frequentar qualquer escola, ingressou em 1920 na fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela, localizada na então freguesia de S. Miguel das Aves, do concelho de Santo Tirso, onde veio a exercer o cargo de tecedeira. Segundo a homenageada, nessa época as raparigas que permaneceram nas suas atividades do campo, escarneciam as suas companheiras que abandonavam o trabalho do campo para ingressar na indústria têxtil. Alegavam elas, que as raparigas da fábrica eram consideradas e vistas como raparigas de mau porte, ora claro está, que tudo não passaria de preconceitos condizentes com a profunda mudança ou transformação que se estava a operar na transição de uma sociedade de vivência rural, para uma sociedade industrializada, contemporânea.

Durante toda a semana de trabalho, pernoitava e permanecia em casa de seu tio Leandro Capela, que residia próximo da fábrica. Passava os fins-de-semana em casa na companhia de sua mãe, três irmãs e um irmão, que faleceu com apenas 25 anos de idade, tendo seu pai emigrado para o Brasil, sem nunca mais voltar. No início da semana, deslocava-se com uma broa de pão à cabeça que servia para o seu sustento alimentar durante toda a semana de trabalho. Este percurso de Lamoso para S. Miguel das Aves que compreendia uma distância de aproximadamente 10 km, era feito a pé todas as segundas-feiras e o inverso aos sábados. Na sua juventude foi muito alegre e divertida, participava na companhia das suas amigas em danças de roda e cantares próprios dessa época.

Casou com 37 anos de idade, com Manuel Monteiro da Silva seu marido já falecido, e tivera três filhas e um filho, Maria Albertina, Rosa Madalena, a já falecida Maria do Céu e João Francisco. Os seus filhos ainda hoje reveem nela uma extremosa mãe, uma escola de vida, um exemplo a seguir. 

A nível profissional foi considerada pelos seus superiores como uma exímia tecedeira, só não foi convidada para mestra de tecelagem, por não saber ler nem escrever. 

Na década dos anos vinte já em plena república, o país foi assolado por várias agitações sociais e políticas, culminando numa onda de greves operárias sem precedentes em que a Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela não foi exceção, segundo nos conta a homenageada ANA COELHO, os operários que se recusavam a aderir à greve, eram coagidos através da força pelos seus camaradas grevistas a abandonar o trabalho, o próprio gerente da fábrica que era um cidadão suíço, mais conhecido pelo “suiça”, foi vítima de agressão pelos operários em fúria.

A homenageada ANA COELHO é portadora desde sempre de uma profunda fé religiosa, que ainda hoje é manifestamente percetível. É uma mulher simples, inteligente, meiga e afável, sabia ouvir os outros, compreender os seus problemas e emoções, granjeou desde sempre, de uma grande empatia e humildade junto dos seus familiares, amigos e vizinhos, tinha uma grande ternura, uma enorme doçura designadamente, para com as crianças .
                                                                                                                                                                                                                                               BEM HAJA

Wednesday, December 11, 2013

Antigos trabalhadores da Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela - Anos 20 (Refeitório)




Friday, July 6, 2012


AS PIONEIRAS INDÚSTRIAS ALGODOEIRAS NO VALE DO AVE 

Introdução:


A escolha e abordagem deste tema, teve por principal motivo, tratar-se de uma indústria localizada na região das minhas origens e residência, e nomeadamente um tipo de indústria na qual exerci temporariamente a minha atividade profissional como serralheiro mecânico na manutenção de máquinas de fiação e tecelagem. Vou apenas abordar de forma sucinta, o pioneirismo da indústria algodoeira no Vale do Ave, que se reveste de uma importância fundamental para o desenvolvimento económico e social, através de uma dialética de progresso ao longo das margens do rio Ave e Vizela.


Descrição:

Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela (Negrelos)

O pioneirismo da indústria algodoeira no Vale do Ave, remonta a meados do século XIX, mais exatamente a 1845, ano em que um grupo de comerciantes do Porto, aliados numa sociedade constituída por emigrantes recém chegados do Brasil, portadores de grandes fortunas, estabeleceram uma sociedade que esteve na origem da instalação da primeira Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela, considerada na época a maior fábrica do Norte do país. “Em todo o caso, em 1848, a fábrica de Negrelos importou do estrangeiro 5140 arrobas de algodão em rama, tendo produzido 4369 arrobas de fio todo vendido no mercado nacional. Empregava já nessa altura 58 homens, 54 mulheres e 35 rapazes, com salários que oscilavam entre os 60 e os 440 réis, mas continuava ainda o trabalho de montagem de máquinas, pelo que as receitas ainda não cobriam as despesas. Em 1854, a capacidade de emprego da fábrica já tinha mais do que duplicado, verificando-se uma população operária de 155 homens, 151 mulheres e 92 rapazes, ou seja, quase quatro centenas de trabalhadores.” (ALVES,1995) Na década de 50 era constituída por 3 a 4 mil operários, com 31.624 fusos e 1200 teares mecânicos. (ALVES,1995) Esta indústria foi inicialmente localizada em Negrelos na margem esquerda do rio, sendo mais tarde ampliada para a margem direita na localidade de Vila das Aves, onde foi construído um moderno edifício de raiz de grandes dimensões, ficando mais tarde, as velhas instalações da margem esquerda, destinadas a armazéns. A motivação da referida ampliação, para a margem direita do rio Vizela, deve-se à rápida expansão desta indústria e à exiguidade do terreno onde estava implantado o primitivo edifício, por outro lado, a implantação da linha férrea em 1938 na margem direita do rio Vizela que liga Porto a Guimarães, veio beneficiar esta indústria, contribuindo para uma maior eficiência na política de transporte de mercadorias, nomeadamente o carvão para as caldeiras que por sua vez, produziam energia a vapor. A construção da estrada nacional 105 que liga também Porto a Guimarães, inaugurada em 1875, foi outra infraestrutura importante para a emergente indústria têxtil no Vale do Ave, e para outras que entretanto se vieram a implantar na região. O algodão como matéria prima era proveniente das colónias portuguesas, desde meados do século XIX, nomeadamente de Angola e Moçambique. Com o Estado Novo, através do acto colonial de 1933, foram criadas novas condições no reforço da plantação do algodão, em vista, a uma maior produção através de incentivos financeiros, concedidos aos produtores, com empréstimos bancários de capital a juros mais baratos. (ALVES, 2002)

Fábrica de Sampaio & Ferreira Cª. em Riba D´Ave

Em 1896 outra indústria algodoeira de grande importância se instalou no Vale do Ave, nomeadamente em Riba D´Ave mais concretamente na margem esquerda do rio Ave, tendo como seu proprietário Narciso Ferreira, homem de origens humildes que de muito novo apenas com 19 anos, como tecelão se envolveu na indústria doméstica, acumulando a atividade de comerciante dos seus produtos, sendo que mais tarde veio a tornar-se um influente industrial. Para se ter uma ideia do potencial da empresa de Narciso Ferreira no concelho de V. N. de Famalicão em 1889, basta dizer que em média as outras indústrias do concelho tinham 200$00 de capital e 8 a 20 operários, enquanto que Narciso Ferreira tinha, 400$00 de capital e 51 operários, sendo mulheres 35, com um consumo de fio de algodão de 6 contos de réis. (ALVES, 1999) A seguir a estas pioneiras indústrias algodoeiras, outras proliferaram na região ao longo dos rios Ave e Vizela, como por exemplo: A criação da Fiação do Bugio, em Fafe, datada de 1873, a Fábrica de Fiação e Tecelagem, em Retorta, Vila do Conde 1878, entre outras. Em 1890, esta região do Vale do Ave, já era conhecida como uma importante região da indústria têxtil algodoeira, com um peso significativo na economia nacional.

Razões da Localização:

O porquê da localização das primeiras indústrias algodoeiras no Vale do Ave e porque não noutro local? Não houve apenas um só motivo para a sua localização, vários outros fatores se conjugaram na vinda destas indústrias para este local. Começaria por referir a tradição da localização da indústria doméstica artesanal do linho nesta região, a transição da tecelagem do linho para o algodão e o complemento através da fusão ou mistura do linho com a nova matéria prima que era o algodão, dava como resultado final um tecido de custos mais reduzidos, conhecido por fustão, muito embora menos resistente do que o linho, mas que satisfazia plenamente a sua utilidade, geralmente utilizado em vestuário dos indígenas das colónias e das camadas mais vulneráveis da população. (VRIES, p.143). A abundância de mão de obra disponível, mais dócil subserviente e menos reivindicativa comparada às zonas urbanas do Porto, foram outras das razões, da vinda destas indústrias para esta localidade. Outro fator foi sem dúvida o aproveitamento da energia hidráulica através de quedas e água dos rios e posteriormente o aproveitamento da água para a produção da energia a vapor, e mais tarde a produção de eletricidade.

Primeira Empresa Têxtil Elétrica de Bairro

No princípio do século XX , a partir do ano de 1905, é construída a primeira indústria têxtil elétrica, conhecida por Empresa Têxtil Elétrica, na freguesia de Bairro, do concelho de V.N. de Famalicão. (ALVES,1999)

Esta empresa era pela primeira vez,  movida totalmente a energia elétrica, através de pequena barragem hidroelétrica onde era turbinada energia que era aproveitada como força motriz no acionamento das máquinas têxteis e iluminação pública, substituindo assim, a energia a vapor. Mais tarde em 1958, o engº. Ferreira Dias como ministro da economia, dá um forte impulso à construção da Rede Elétrica Nacional, levando à prática a Lei 2002 elaborada por si nos anos 30, com a construção de várias barragens hidroelétricas nomeadamente nos rios Zêzere e Cávado. (ROLO, p. 344)





Transformações culturais, mobilidade e urbanismo:

No século XIX , houve uma grande emigração para o Brasil, tendo em conta a estagnação e a miséria latente em Portugal. Restava-nos um País constituído por uma ruralidade endémica com uma atividade agrícola a pare de uma indústria doméstica artesanal do linho era o único panorama existente como meio de subsistência da população antes da implantação destas pioneiras indústrias de tipo capitalista nesta região em 1845, a partir daqui, deu-se uma transformação radical e profunda nos hábitos e costumes da população e uma consequente explosão urbanística considerável, que alterou profundamente a paisagem, e como diz o poeta:

                             "Milagre que Deus fez pelo seu braço,
                              onde cantavam dantes rouxinóis
                  rangem agora máquinas de aço…"                                                                                                                                   (Fernando Carneiro)
A implantação destas novas indústrias, veio sem dúvida, alterar o panorama social, mas também cultural e urbanístico da região, a partir de então assistiu-se a um surto de progresso que se traduziu a longo prazo, no melhoramento das condições de vida das populações, a pare de muitos e grandes sacrifícios, de gerações contínuas até aos tempos conturbados de hoje. A par de toda esta agitação fabril, também se assistiu a uma transformação profunda no panorama cultural, desde logo, por situações de choques de natureza psicológica junto das populações, por exemplo, criou-se uma campanha negativa sobre as primeiras mulheres que ingressaram na nova indústria têxtil, que habitualmente trabalhavam nos campos, eram acusadas de maus comportamentos,desde logo, suspeitos e duvidosos aos olhos de outras mulheres que se mantiveram camponesas, isto é, levantavam-se preconceitos de ordem sexual e religiosa, que a seu tempo acabaram por se esbater. (COELHO) Outro fator cultural assinalável, deveu-se à construção das escolas técnicas, nas sedes dos concelhos, graças aos planos de fomento nos anos 50/60, que tiveram por finalidade a instrução e preparação de futuros técnicos e mestres na atividade têxtil entre outras.

A população que até então na sua maioria se dedicava às tarefas agrícolas nos campos, passaram a empregar-se nas indústrias que emergiam na região de forma crescente, fruto de uma dialética industrial emergente. Porém, apesar de se ocuparem nas novas atividades têxteis, os novos operários, mantinham em simultâneo as atividades agrícolas como complemento económico do seu agregado familiar. Porém, a concentração da indústria algodoeira nesta região, veio a provocar uma mobilidade de trabalhadores provenientes de outras localidades distantes, atraídos por um emprego consistente, na busca de melhores condições de vida. Ora esta dinâmica veio a traduzir-se numa profunda alteração da paisagem urbanística da região, ou seja, onde antes eram consideradas paisagens totalmente rurais, com o advento da implantação desta indústria, a região, veio a sofrer transformações consideráveis do ponto de vista urbanístico e citadino. Por exemplo, hoje à noite, por efeitos da iluminação pública, quem visitar o Vale do Ave dir-se-ia estar perante autênticas cidades das luzes.

Lutas operárias:

Havia na época uma diferença substancial no valor dos salários da região do Vale do Ave, comparado com o valor dos salários dos operários do Porto, ou seja, enquanto um tecelão ganhava no Vale do Ave entre $120 a $160 reis/dia, em 12 horas de trabalho, operários de outras profissões como carpinteiros e marceneiros ganhavam respetivamente $240 e $300 reis/dia. No Porto um tecelão ganhava $300 reis/dia. (ALVES,1995)

Eis aqui, uma das razões da vinda destas indústrias para o Vale do Ave. Contudo, mais tarde ou mais cedo, as lutas operárias por melhores salários e condições de vida tiveram o seu início no Norte, mesmo no tempo da Monarquia Constitucional em 1873, começaram a manifestar-se com as primeiras greves através de paralisações de tecelagens, promovidas pelo jovem movimento operário. (A.M./A.P./N.L.M. p.89) Já no início da primeira República, nomeadamente em 1910, houve novos surtos de greves, só comparáveis a seguir à revolução do 25 de Abril de 1974.

Em 1944 e 1954 houve uma grande agitação grevista nas indústrias têxteis do Vale do Ave, que nem a PIDE conseguiu evitar, devido à imposição de atribuir de 3 a 4 teares automáticos a um só operário. (A.M./A.P./N.L.M. p. 95)

Com as liberdades provenientes do regime Republicano, o movimento operário liderado sobretudo por anarco-sindicalistas, aproveitou o momento favorável para se organizar e em 15 a 17 de março de 1914, teve lugar em Tomar o 1º Congresso Nacional Operário e criada então, a União Operária Nacional – UON, primeira central sindical portuguesa. A 15 de Setembro de 1919 realiza-se, em Coimbra, o II Congresso da UON em que foi decidido criar a Confederação Geral do Trabalho – CGT, constituída por operários revolucionários os quais, decidiram criar a Federação Maximalista Portuguesa, embrião do Partido Comunista Português.(ADELAIDE, 2010).

A constituição do Partido Comunista Português, a 6 de Março de 1921, constitui um acontecimento maior na organização do movimento operário português. A classe operária passa a dispor de uma organização política que assume de forma clara a defesa dos seus interesses, dos seus direitos, da sua emancipação e, mais que isso, apresenta um projecto revolucionário para a construção de uma sociedade sem classes.(ADELAIDE, 2010)

Mas, a liberdade sindical foi efémero, tendo em conta o advento da ditadura sidonista. Sendo Sidónio Pais no início apoiado com os votos dos anarquistas, uma vez no poder, foi acusado de traição pela repressão então exercida sobre os trabalhadores.

Entretanto Sidónio Pais ao fim de um ano no poder, acabou assassinado, na estação do Rossio em Lisboa. Mais tarde, com o golpe militar de 28 de Maio de 1926, e a instauração da ditadura militar, seguida em 1933, da ditadura do Estado Novo, nova e longa repressão se abateu sobre os trabalhadores portugueses. Em 1 de Maio de 1927, todos os comícios foram proibidos e dissolvida a CGT, central sindical dos trabalhadores. Foi proclamado em 1933, o corporativismo que imponha pela força uma colaboração contranatura dos trabalhadores com os patrões com o objetivo de por fim à eterna luta de, classes, o que nunca veio a acontecer apesar de o regime usar tenebrosos meios repressivos através da polícia política PIDE/DGS, sobre diversos dirigentes operários incluindo a prisão, tortura e assassinatos, situação que penosamente se arrastou ao longo de 48 anos até à conquista da liberdade com a revolução do 25 de Abril de 1974.

Conclusão:

A indústria têxtil do Vale do Ave depois de todos estes gloriosos anos de atividade constante, tudo indicava ser irreversível, quando menos se esperava, tudo ruiu de forma abrupta, mergulhando numa profunda crise todo o sector, com a falência em série da esmagadora maioria das grandes fábricas têxteis desta região, atirando para o desemprego milhares de famílias sem recursos imediatos a novos empregos, o que acabou por gerar uma dramática calamidade social, designadamente provocando muitas situações de miséria e fome. O cenário desolador das ruínas dos edifícios nesta região, é bem a prova da tragédia consumada. Naturalmente que esta situação teve as suas causas e origens, que muitos aproveitaram para atribuir de forma abstrata a fatores de ordem internacional mais conhecidos por globalização, como forma de enjeitar responsabilidades dos verdadeiros culpados desta nefasta situação. Então, poder-se-á perguntar porque se chegou a esta situação?
Não será por acaso, mais um efeito da ganância de um «prestigiado» capitalismo (agora denominado por economia de mercado), com as famigeradas deslocalizações em busca de mão de obra barata?




Bibliografia:

ALVES, Jorge Fernandes; Silvestre Lacerda - Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela - As origens. In O TRIPEIRO, 7ª série, ano XV (1995), nº 1-2 (Janeiro/Fevereiro), p. 41-46, e nº 3, p. 84-88-http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1187.pdf
ALVES, Jorge Fernandes - A Indústria Têxtil do Vale do Ave. In MENDES, José Amado; FERNANDES, Isabel (Coord.) - Património e Indústria no Vale do Ave. Vila Nova de Famalicão: Adrave, 2002, p. 372-389. - http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1183.pdf
VRIES, Jan de – Economia da Europa numa Época de Crise – Indústria em Reestruturação
ROLO, Maria Fernanda - Análise Social,vol. xxxi (130-137), 1996 (2.°-3.°), 343-354 - http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223394207B2vIB7hv3Hv03QU8.pdf
BRITO, José Maria Brandão de
A.M./A.P./N.L.M. – Arnaldo Melo/Amélia Polónia/Nuno Luís Madureira – História do Trabalho e das Ocupações. Vol. I A Indústria Têxtil. 1ª ed. Oeiras: Celta Editora, 2001. 297 p. ISBM: 972-774-126-6
ADELAIDE Pereira Alves, O Movimento Operário Português e a República; O Militante, Nº 306 – Mai/Jun 2010. História. http://www.omilitante.pcp.pt/pt/306/Historia/418/
Testemunho oral:
COELHO, Ana Joaquina Martins - Tecedeira na Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela (Negrelos), a partir de 1919, atualmente com 103 anos de idade.

Friday, September 13, 2013

QUERES MAIS CORTES NA TUA REFORMA ?

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VOTA NOS CANDIDATOS DO PS/PSD/CDS, E DÁS ASSIM MAIS FORÇA À ATUAL POLÍTICA DA TROYKA ESTRANGEIRA !

Wednesday, September 11, 2013

RUA DANIFICADA

 
 
Vai para dois ou três meses que a Indáqua, procedeu à reparação de uma conduta de àgua na rua Camilo Castelo Branco. Não se compreende que até à data se mantenha o piso da rua por acabar, pela falta do betuminoso, conforme a foto

Sunday, September 8, 2013

A SAÚDE É UM DIREITO, NÃO UM NEGÓCIO !

Tivemos conhecimento através do jornal Entre-Margens da apresentação de uma candidatura para a implementação de uma Unidade de Saúde Familiar, (USF) na Vila das Aves, que funcionaria nas actuais instalações da Extensão de Saúde, levada a efeito por um grupo de médicos que exercem a sua actividade no Centro de Saúde de Negrelos assim como nas Extensões de Saúde de Vila das Aves e S. Martinho do Campo.
Ora pela entrevista que li do senhor Ministro da Saúde assim como outros documentos relativos ao assunto da criação das USF, verifica-se estarmos na presença de mais uma investida deste governo com o propósito de desmantelar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
É de facto uma armadilha muito bem montada para ganhar os profissionais de saúde através de incentivos monetários, com vista, à obtenção dos reais objectivos deste governo para, (chamando-lhe reforma), desmantelar e privatizar o SNS.
Reparem que a decisão da criação destas USF, foi tomada á revelia dos organismos representativos dos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e administrativos, estas atitudes nada democráticas assim como o próprio nome do organismo Unidade de Saúde Familiar, trás água no bico, (como popularmente se diz).
Quanto á entrevista que li no jornal Médico de Família, os benefícios destas medidas, apenas o senhor Ministro da Saúde se referiu ás retribuições dos profissionais de saúde, como factor nuclear da questão, não lhe apanhamos em toda a entrevista uma palavra, se quer, sobre os benefícios dos utentes com a implementação destas novas unidades, ou seja, todo o resto é tabu.
Tal como o próprio senhor Ministro da Saúde reconhece as retribuições ou honorários dos profissionais, são por assim dizer, um primordial incentivo á criação destes organismos, que funcionarão em regime de autonomia gerido pelos próprios profissionais, ou seja, a meio passo da transformação dos actuais Centros de Saúde em clínicas privadas, o futuro o dirá.
O desmantelamento do SNS é mais um velho sonho que, a ser consentido, infelizmente a direita vai ver concretizado.
Reparem que a par destas medidas de substituição e encerramentos dos centros de saúde, hospitais, maternidades, criam-se estes organismos de forma sub-reptícia, dos quais ninguém sabe ao certo o que se pretende.
Alegadamente e a pretexto da falta de médicos de família, este governo, usa abusivamente de álibis como sempre, para mais facilmente aos olhos da opinião pública poder devagarinho desmantelar e privatizar o SNS, aliás, como tem feito noutros bens públicos, como o abastecimento de água ás populações e outros sectores da actividade pública, que o diga António Arnaut.

(Artigo publicado no Jornal Entre Margens em 2007)

Saturday, September 7, 2013

PRIVATIZAÇÃO ?



Alguém saberá que transformações se vão operar no Centro de Saúde de Negrelos, Vila das Aves e S. Martinho do Campo ? Se alguma coisa está para acontecer, o recurso ao segredo, não augúria nada de bom para os utentes do SNS, a ver vamos !
Tal como foi privatizado o abastecimento de água pelas mãos do PS, PSD e CDS, estamos perante outra probabilidade de ver privatizado o Centro e Saúde de Negrelos, Vila das Aves e S. Martinho do Campo. Espero bem que não venha depois o PSD com "lágrimas e crocodilo" choramingar os preços exorbitantes das consultas, como acontece com o atual preço da água.