Wednesday, July 23, 2008

ESPERANÇA E CONFIANÇA

Escusado será dizer que a recente aprovação do Código do Trabalho, no âmbito da Concertação Social, foi mais uma habitual encenação teatral montada por este governo que se diz socialista, com a anuência que eu chamaria de traição, da dita UGT, a qual foi criada exactamente, com o objectivo e a finalidade de executar este tipo de operações, em que os grandes patrões acabam sempre por ganhar, agradecer e aplaudir. Por sua vez, os trabalhadores já viram este filme por diversas vezes, pelo que já não é novidade para ninguém.

Apesar do enorme protesto contra este Código de Trabalho, com a presença de mais de 250 mil trabalhadores nas ruas de Lisboa, o governo de Sócrates, tentou minimizar o protesto, com o habitual autismo e arrogância que lhe é conhecido, contudo Sócrates desfaz-se em amabilidades para com a CIP e a CAP e despreza de forma vergonhosa aqueles que produzem a riqueza do País e com este Código de Trabalho, mergulha os trabalhadores portugueses, diria, num regime de moderna escravatura, em que os direitos dos trabalhadores são espezinhados de forma vil e traiçoeira.

Há dias um jornalista de “nomeada “ dizia num telejornal “que agora o novo Código de Trabalho após a sua aprovação em Concertação Social, vai ao crivo do Presidente da República “.

Eu diria que se trata, não de um crivo, mas sim de um boeiro, onde tudo passa desde que seja para interesse da burguesia dominante.

Como se não bastasse, Sócrates de forma cínica, promete que este Código de Trabalho será para benefício dos trabalhadores. Então o retrocesso dos horários de trabalho aos tempos feudais, em que um trabalhador obrigatoriamente por Lei pode atingir 12 horas numa jornada de trabalho, a legalização do trabalho precário, os recibos verdes e todos os abusos e prepotências inerentes a este revanchismo político chamado de Flexigurança, são em benefício para os trabalhadores? Se não fosse trágico, dava para rir!

Então o partido socialista, quando na oposição tanto criticou o Código de Trabalho proposto por Bagão Félix e agora no poder tem o descaramento de fazer aprovar um Código de Trabalho bem pior ?

Afinal que socialismo é este, em que os trabalhadores são totalmente excluídos e marginalizados?

Sempre que há uma encenação deste tipo, a cacete é sempre a mesma “que é para bem dos trabalhadores, para fazer face á conjuntura internacional”, a verdade é que, aqueles que produzem a riqueza, só lhes resta auferir salários de miséria apertar ainda mais o cinto familiar, na esmagadora maioria dos casos, há trabalhadores no activo que já mal ganham para comer, imaginemos agora, aqueles que já não tem qualquer rendimento após o fim do subsídio de desemprego.

O governo de Sócrates assim como o seus correligionários locais de pança cheia, tentam a todo o custo, esconder a quantidade e o número real do desemprego e as condições de ausência de rendimentos, isto é, tentam esconder a fome e a miséria que existe actualmente nos lares das famílias portuguesas, em contrapartida vemos como nunca os bancos, grandes empresas, administradores, políticos reformados e outros grandes figurões com lucros de milhões, rendimentos brutais e mordomias escandalosas.

Por outro lado, Manuela Ferreira Leite, procura mais uma vez iludir o povo Português recorrendo ao populismo eleitoral da justiça social, mas, para quem como ela já esteve no governo com a pasta das finanças, como bem se viu a sua justiça social já é nossa conhecida, tudo não passa de um logro, agora vem dizer que o PSD será o partido da alternância prometendo uma mão cheia de nada, pelo que não é de estranhar, porque não há diferenças entre o PS e o PSD, daí a razão de Ferreira Leite falar em alternância e não alternativa.

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