Thursday, May 1, 2008

ESPERANÇA E CONFIANÇA

Há dias chamou-me a atenção um texto de um blog da autoria de um jovem de Vila das Aves, que entre outras observações dizia o seguinte: "Basta dar uma volta por Vila das Aves num domingo à tarde que é notória a falta de juventude e dinamismo". Ora aqui está uma frase curta e objectiva que encerra um dos grandes males da nossa Terra, que é de facto uma realidade a falta de juventude e dinamismo.

A observação feita por este jovem, levanta uma questão importante, por tudo aquilo que se possa esperar de uma autarquia para que se empenhe no preenchimento e ocupação dos tempos livres da sua população.

Esta pequena frase, diz tudo quanto à eficácia de uma autarquia local, não basta executar ou reivindicar obras mais ou menos vistosas para convencer os eleitores a votar em partidos ou pessoas que depois ganhas a eleições, se demitem das suas funções de levar à prática a democracia social e cultural, que quanto a mim, devia ter muito de criatividade e espírito de iniciativa com vista ao bem estar da população, onde seja possível haver espaços de laser e passatempos, ou seja, espaços para as pessoas viver e conviver.

Somos uma terra de povo triste, melancólico, sem espírito colectivo ou vontade em participar, porque de facto as autarquias, funcionam quase como instituições fechadas e empresariais, viradas para interesses mediáticos com prioridades materialistas em que o bem estar das populações em termos de ocupação de tempos livres, estão num plano secundário e muitas das vezes inexistente.

Quanto à tristeza e desalento que se verifica no povo, também deve-se é certo, à presente política económica deste governo que, com os mesmos métodos e da mesma forma, como no tempo da ditadura, castigam o povo, para depois virem ás televisões pavonearem-se e exibir troféus como “verdadeiros campeões” com défices vencidos à custa do sacrifício do povo que dizem governar.

A ditadura tinha o povo cheio de fome e os cofres cheios de ouro, agora actualmente com este governo, descubra a diferença.

Temos na Vila das Aves condições, nomeadamente recintos para promover passatempos convívios e actividades lúdicas, estou-me a referir há praceta das Fontaínhas e Centro Cultural, que são excelentes espaços para a realização de qualquer evento, como seja, teatro, música, exposições, jogos tradicionais, concursos, debates públicos, etc, lançamento e promoção de artistas da nossa Terra, agora não nos podemos queixar de falta de recintos para desenvolver iniciativas deste tipo, o que falta é criatividade e vontade política dos responsáveis autárquicos, para levar a efeito com uma certa regularidade e não de forma esporádica esta actividade que se pretende politicamente plural e não sectária, como vem acontecendo com algumas iniciativas levadas a efeito pela Câmara Municipal no Centro Cultural de Vila das Aves.

Infelizmente somos uma Terra onde o individualismo e o sectarismo entre as pessoas se manifesta de uma forma crescente, mas, este individualismo não acontece por acaso, alguém o fomenta, é fruto da ausência de actividades culturais colectivas plurais, porque aqueles que teriam competências e verbas para implementar essas actividades, talvez não estejam interessados em unir as pessoas, ou seja, antes pretendem dividi-las para reinar. Podia aqui dar alguns exemplos de actividades sectárias, promovidas por aqueles que tinham obrigação, pelos cargos que ocupam, de ser isentos e promover a união entre as pessoas, mas, pelo que se vê, apenas têm a preocupação de levar a água aos seus moinhos.

É ou não verdade o que dizem, que as Festas da Vila são conhecidas como as festas do PSD e as Festas do S. João das Fontaínhas, conhecidas por festas do PS ? Esta guerrilha ridícula, sectária e absurda é um dos factores de divisão entre as pessoas desta Terra, depois vemos a Câmara Municipal na prática a aplicar um autêntico bloqueio financeiro á Junta de Freguesia só porque não é da mesma cor política, com os seus correligionários locais a veicular a ideia que “A Junta das Aves continuam a insistir em planos de actividade sem conteúdo”, ou seja, fazem o mal e a caramunha.

Este crescente individualismo, a curto prazo levar-nos-há, inevitavelmente à solidão, o que infelizmente já vai acontecendo, uma vez que há muito pouco espírito de comunidade, de fraternidade e solidariedade entre as pessoas, até diria que se respira um ambiente de desconfiança e do salve-se quem poder.

Num passado domingo de tarde, tive a visita de uns familiares, os quais me sugeriram conhecer Vila das Aves, ora como seria de esperar, levei-os à praceta das Fontaínhas, zona reconhecida como a “sala de visitas” da nossa Terra, com o edifício da Junta de Freguesia, o Centro Cultural e todo o urbanismo envolvente, qual não foi o espanto desses meus familiares ao verificar um cenário de desolação e apatia deste local, nem sequer uma pequena exposição, tudo fechado, não se via ninguém nas ruas, mais parecia uma cidade fantasma, isto francamente é muito triste acontecer no centro ou coração da nossa Vila.

Concordo com a realização das Festas da Vila e com as Festas do S. João, mas, sem divisões e sem sectarismos, não basta a realização destas Festas uma vez por ano, é preciso é urgente dar vida à nossa Terra.

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