Tuesday, April 15, 2008

Termas do Amieiro Galego à espera de recuperação

Ana Correia Costa

"Ainda sou do tempo em que se tomava banho na barraca de madeira", recorda Manuel Trindade, 62 anos, cidadão preocupado com o futuro das antigas termas de águas sulfurosas do Amieiro Galego, em Vila das Aves, Santo Tirso. Desactivadas em 2000 pela Autoridade Concelhia de Saúde, por funcionarem sem autorização legal, as instalações estão abandonadas e totalmente degradadas além de uma visível vandalização, algumas enchentes do rio Ave ajudam à deterioração de um sítio que terá sido usado pela população, durante mais de um século, para fins terapêuticos. "Os médicos indicavam estas águas para o tratamento de doenças de pele", atesta Manuel Trindade.

Aliás, o departamento de Hidrogeologia do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), que efectuou uma visita ao local em Setembro de 2004, garantiu a este morador que "a água da nascente do Amieiro Galego tem muito boas possibilidades de vir a ser qualificada como "água mineral natural, e ser usada em termas". Porém, "o estado actual da captação do Amieiro Galego não oferece garantias para a conservação da necessária estabilidade que a água tem de apresentar", sendo "essencial a substituição da captação actual", esclareceu ainda, por e-mail, o INETI.

Problema com terreno

No entanto, uma eventual recuperação das termas depende do desfecho de um imbróglio relativo à propriedade do terreno, que pertence à Sampaio Ferreira, uma têxtil de Riba d'Ave, em processo de insolvência.

Apesar de a Junta de Freguesia das Aves ter explorado o equipamento por largos anos apenas com autorizações anuais daquela empresa, a verdade é que nunca conseguiu a sua posse administrativa ou legalização como estabelecimento termal - funcionou sempre em regime "caseiro", afirma Manuel Trindade. Todavia, a Junta ali ergueu, na década de 1960, pequenos balneários.

A CDU de Santo Tirso diz que as termas poderiam "potenciar o desenvolvimento económico do concelho", e Jaime Toga sugere que a Junta aproveite o leilão dos bens da têxtil para adquirir o terreno. Mas o líder da freguesia alega não haver verbas. Carlos Fernandes acrescenta que, "se a água estivesse registada, dificilmente uma entidade privada tomaria conta das termas".

Extrato do Jornal de Notícias

5 comments:

BEJA TRINDADE said...

"se a água estivesse registada, dificilmente uma entidade privada tomaria conta das termas".

Se o meu avô não morresse, ainda hoje era vivo!

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Porque não? Pode criar emprego! :)

BEJA TRINDADE said...

Caro Francisco

Então umas termas que revertiam para a freguesia, não podem criar emprego?
Será que só cria emprego se for privado?

J Francisco Saraiva de Sousa said...

E a Freguesia tem competência para as gerir? O problema é que as freguesias se mostram incapazes de fazer investimentos lucrativos.

BEJA TRINDADE said...

Estas termas desde sempre foram geridas pelas várias juntas de freguesia.