Tuesday, May 27, 2008

ESPERANÇA E CONFIANÇA

Os habitantes do concelho de Santo Tirso e da Vila das Aves em particular, têm razões para estar preocupados e desesperados, com o rumo que o país está a tomar, graças aos 20% de desempregados, não contando com os últimos 4 anos, que foram despedidos mais 7 mil, só no concelho de Santo Tirso, tudo isto, para além dos empregos precários e constante aumento da carestia de vida, sem que o governo tome medidas enérgicas, para por termo a esta calamitosa situação.
Por sua vez, a Câmara Municipal como representante do povo do concelho junto do governo, pactua com o silêncio cúmplice e a indiferença à dramática situação de pobreza e de fome que se vive no concelho de Santo Tirso e acusa os comunistas de serem falsos e alarmistas, quanto à denúncia que estes fazem do elevado número de desempregados. Quando os desempregados terminam o fundo de desemprego, os seus nomes são eliminados dos ficheiros do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), logo a Câmara Municipal vem dizer, que há menos desemprego no concelho de Santo Tirso e no País, o que na realidade é falso.
Não venham mais os apoiantes do governo, com a “velha treta” de que o mal vem de fora, ou que a culpa é do anterior governo, porque essa desculpa está estafada, já não cola, senão vejamos: Na vizinha Espanha o salário mínimo passou para o dobro do salário mínimo em Portugal, e o custo de vida em bens de primeira necessidade são mais baixos do que em Portugal.
Por conseguinte, o que está aqui em causa, é a incompetência dos governos do PS/PSD/CDS que têm estado no poder nos últimos 32 anos, juntamente com a corrupção siciliana que assola o País, estes, são factores determinantes que nos encaminharam para este beco sem saída. Pagaram para não se produzir, fecharam as fábricas, pagaram para não se cultivar, abandonaram os campos, pagaram para não se pescar, abandonaram as pescas, fecharam maternidades, fecharam escolas, fecharam urgências, fecharam as finanças aqui na Vila das Aves, arruinaram o País em nome de falsos e mentirosos objectivos, quando na verdade o que está subjacente a estas medidas, é sem dúvida a manifesta subserviência dos governos aos interesses de uma oligarquia financeira europeia (veja-se o recente tratado europeu ) e vêm agora, sacudir a água do capote, como que se não tivessem culpa desta miserável situação a que chegamos. O capitalismo da abundância e felicidade que nos prometeram no século XX como miragem, rapidamente se está a transformar no capitalismo da fome da miséria e infelicidade das famílias portuguesas.
“O capitalismo não explora somente o homem; explora também a natureza e apropria-se da natureza de modo a privar a maioria dos homens da sua pátria natural: externa e interna. A natureza é propriedade dos capitalistas. Daí a miséria humana... Apropria-se da natureza para se apropriar da força de trabalho humana: capitalismo é destruição total !”(Saraiva de Sousa).
Depois contemplamos uma casta de pseudo-intelectuais alienados, socialmente insensíveis fechados no seu egocentrismo, alheando-se de tudo o que os rodeia, talvez fruto do tipo de ensino que a burguesia no poder, lhes incutiu fomentando a cultura da competição do individualismo, a cultura do sucesso, o salve-se quem poder, tudo receitas próprias das doutrinas do capitalismo que não olha a meios para atingir os fins, que tem por objectivo o lucro à custa da exploração humana.
O tipo de ensino que temos, tem sido quanto a mim, a razão fundamental da origem deste estado geral do País.
"O pior analfabeto é o analfabeto politico. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, (...) do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo”
(Bertol Bretch).
Sente-se no dia a dia que passa, que o País mais se afunda, sem que nada aconteça, mas, a verdade é que se respira e pressente um ambiente de crispação, de indignação e revolta geral da população.
Não podemos ficar indiferentes ou expectantes à situação que nos rodeia, nomeadamente na aplicação do “novo” código de trabalho com a legalização do trabalho precário e a liberalização dos despedimentos, que contraria frontalmente o direito ao trabalho que está consignado na Constituição da República Portuguesa no CAP III Direitos, Liberdades e Garantias dos Trabalhadores, no artigo nº. 53 (segurança no emprego)
É tempo de manifestar-mos a nossa indignação e o nosso protesto, para dizer basta a tanta injustiça !

Tuesday, May 6, 2008

MANIFESTAÇÃO NACIONAL EM LISBOA

 

AUTOCARRO NO LARGO DA TOJELA , CONTACTAR  Beja Trindade

A LUTA CONTINUA !

O CAPITALISMO DA FOME


O capitalismo não explora somente o homem; explora também a natureza e apropria-se da natureza de modo a privar a maioria dos homems da sua pátria natural: externa e interna. A natureza é propriedade dos capitalistas. Daí a miséria humana... Apropria-se da natureza para se apropriar da força de trabalho humana: capitalismo é destruição total!


J Francisco Saraiva de Sousa


Thursday, May 1, 2008

ESPERANÇA E CONFIANÇA

Há dias chamou-me a atenção um texto de um blog da autoria de um jovem de Vila das Aves, que entre outras observações dizia o seguinte: "Basta dar uma volta por Vila das Aves num domingo à tarde que é notória a falta de juventude e dinamismo". Ora aqui está uma frase curta e objectiva que encerra um dos grandes males da nossa Terra, que é de facto uma realidade a falta de juventude e dinamismo.

A observação feita por este jovem, levanta uma questão importante, por tudo aquilo que se possa esperar de uma autarquia para que se empenhe no preenchimento e ocupação dos tempos livres da sua população.

Esta pequena frase, diz tudo quanto à eficácia de uma autarquia local, não basta executar ou reivindicar obras mais ou menos vistosas para convencer os eleitores a votar em partidos ou pessoas que depois ganhas a eleições, se demitem das suas funções de levar à prática a democracia social e cultural, que quanto a mim, devia ter muito de criatividade e espírito de iniciativa com vista ao bem estar da população, onde seja possível haver espaços de laser e passatempos, ou seja, espaços para as pessoas viver e conviver.

Somos uma terra de povo triste, melancólico, sem espírito colectivo ou vontade em participar, porque de facto as autarquias, funcionam quase como instituições fechadas e empresariais, viradas para interesses mediáticos com prioridades materialistas em que o bem estar das populações em termos de ocupação de tempos livres, estão num plano secundário e muitas das vezes inexistente.

Quanto à tristeza e desalento que se verifica no povo, também deve-se é certo, à presente política económica deste governo que, com os mesmos métodos e da mesma forma, como no tempo da ditadura, castigam o povo, para depois virem ás televisões pavonearem-se e exibir troféus como “verdadeiros campeões” com défices vencidos à custa do sacrifício do povo que dizem governar.

A ditadura tinha o povo cheio de fome e os cofres cheios de ouro, agora actualmente com este governo, descubra a diferença.

Temos na Vila das Aves condições, nomeadamente recintos para promover passatempos convívios e actividades lúdicas, estou-me a referir há praceta das Fontaínhas e Centro Cultural, que são excelentes espaços para a realização de qualquer evento, como seja, teatro, música, exposições, jogos tradicionais, concursos, debates públicos, etc, lançamento e promoção de artistas da nossa Terra, agora não nos podemos queixar de falta de recintos para desenvolver iniciativas deste tipo, o que falta é criatividade e vontade política dos responsáveis autárquicos, para levar a efeito com uma certa regularidade e não de forma esporádica esta actividade que se pretende politicamente plural e não sectária, como vem acontecendo com algumas iniciativas levadas a efeito pela Câmara Municipal no Centro Cultural de Vila das Aves.

Infelizmente somos uma Terra onde o individualismo e o sectarismo entre as pessoas se manifesta de uma forma crescente, mas, este individualismo não acontece por acaso, alguém o fomenta, é fruto da ausência de actividades culturais colectivas plurais, porque aqueles que teriam competências e verbas para implementar essas actividades, talvez não estejam interessados em unir as pessoas, ou seja, antes pretendem dividi-las para reinar. Podia aqui dar alguns exemplos de actividades sectárias, promovidas por aqueles que tinham obrigação, pelos cargos que ocupam, de ser isentos e promover a união entre as pessoas, mas, pelo que se vê, apenas têm a preocupação de levar a água aos seus moinhos.

É ou não verdade o que dizem, que as Festas da Vila são conhecidas como as festas do PSD e as Festas do S. João das Fontaínhas, conhecidas por festas do PS ? Esta guerrilha ridícula, sectária e absurda é um dos factores de divisão entre as pessoas desta Terra, depois vemos a Câmara Municipal na prática a aplicar um autêntico bloqueio financeiro á Junta de Freguesia só porque não é da mesma cor política, com os seus correligionários locais a veicular a ideia que “A Junta das Aves continuam a insistir em planos de actividade sem conteúdo”, ou seja, fazem o mal e a caramunha.

Este crescente individualismo, a curto prazo levar-nos-há, inevitavelmente à solidão, o que infelizmente já vai acontecendo, uma vez que há muito pouco espírito de comunidade, de fraternidade e solidariedade entre as pessoas, até diria que se respira um ambiente de desconfiança e do salve-se quem poder.

Num passado domingo de tarde, tive a visita de uns familiares, os quais me sugeriram conhecer Vila das Aves, ora como seria de esperar, levei-os à praceta das Fontaínhas, zona reconhecida como a “sala de visitas” da nossa Terra, com o edifício da Junta de Freguesia, o Centro Cultural e todo o urbanismo envolvente, qual não foi o espanto desses meus familiares ao verificar um cenário de desolação e apatia deste local, nem sequer uma pequena exposição, tudo fechado, não se via ninguém nas ruas, mais parecia uma cidade fantasma, isto francamente é muito triste acontecer no centro ou coração da nossa Vila.

Concordo com a realização das Festas da Vila e com as Festas do S. João, mas, sem divisões e sem sectarismos, não basta a realização destas Festas uma vez por ano, é preciso é urgente dar vida à nossa Terra.