A política portuguesa está num
impasse, dizem os fazedores de opinião (leia-se comentadores de televisão) que
não há alternativa à política de desastre que está a ser seguida pelo governo
PSD/CDS com uma oposição fingida do PS, e digo fingida porque outra coisa não
seria de esperar, tendo em conta que foi o PS que encomendou a Troyka.
Este recorrente argumento da
falta de alternativa, foi desde sempre utilizado ao longo da nossa história, pelo poder.
Atualmente os partidos do arco do poder PS/PSD/CDS, não fogem à regra, pelo
que, não é difícil compreender este alíbi político, porque quando eles dizem
que não há alternativa, é porque esperam perpetuar-se no poder através da
alternância, ora agora governas tu, ora agora governo eu, até que um dia o povo
acorde como aconteceu na América Latina (Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia,
Nicarágua, Equador etc, etc…).
Em Portugal, o elemento mais
perturbador e causador do nosso impasse político com grandes prejuízos para as
populações, tem sido, sem dúvida o Partido Socialista, tal como vinha
acontecendo na América Latina, até que um dia o eleitorado destes países
despertaram para a realidade e reduziram os partidos socialistas destes países
a grupelhos políticos sem qualquer credibilidade eleitoral. Porque teima o
Partido Socialista Português, não se juntar á esquerda? O que leva o PS a
aliar-se á direita e ao mesmo tempo auto-proclamar-se de esquerda? Importa
referir que a situação na América Latina, dá-se com a coligação dos partidos à
esquerda dos partidos socialistas pró-americanos os quais ficaram isolados. A
partir do momento que isto aconteceu a dinâmica política alterou-se
profundamente refletindo-se na melhoria e bem estar do povo, através de uma
política económica assente na nacionalização das riquezas dos países, isto
é, as riquezas do país começaram a
reverter na melhoria de vida do povo, o
que veio a acontecer, com destaque para o petróleo do Brasil e da Venezuela, o que
até então com as políticas de subserviência preconizadas pelos partidos conservadores
em relação ao poder económico, não deixavam desenvolver. Naturalmente, que esta
revolução da América Latina, veio destronar muitos interesses instalados, não
será por acaso que houve já em alguns países tentativas de golpes de estado como
aconteceu na Venezuela, na Bolívia e o golpe de estado recentemente consumado
nas Honduras com o deposto Presidente Manuel Zelaya democráticamente eleito
pelo seu povo. Quem não se lembra do golpe de estado no Chile democrático de
Salvador Allende? Enfim, podiamos aqui referir imensos factos políticos onde a
ingerência norte americana não esteve alheia, como aliás, se constata na
atualidade um pouco por todo o mundo, “bonita democracia” esta norte americana,
desde que sejam eles a mandar e a usufruir das riquezas dos países mais
indefesos. Todos os imperialismos ao longo dos séculos se comportaram desta
forma, ou seja, saquear a riqueza dos países mais vulneráveis. Será esta
alternância, com a benção do poder económico, a que estamos eternamente
condenados?
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