Wednesday, October 24, 2012

A ALTERNATIVA


A política portuguesa está num impasse, dizem os fazedores de opinião (leia-se comentadores de televisão) que não há alternativa à política de desastre que está a ser seguida pelo governo PSD/CDS com uma oposição fingida do PS, e digo fingida porque outra coisa não seria de esperar, tendo em conta que foi o PS que encomendou a Troyka. 

Este recorrente argumento da falta de alternativa, foi desde sempre utilizado ao  longo da nossa história, pelo poder. Atualmente os partidos do arco do poder PS/PSD/CDS, não fogem à regra, pelo que, não é difícil compreender este alíbi político, porque quando eles dizem que não há alternativa, é porque esperam perpetuar-se no poder através da alternância, ora agora governas tu, ora agora governo eu, até que um dia o povo acorde como aconteceu na América Latina (Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Nicarágua, Equador etc, etc…). 

Em Portugal, o elemento mais perturbador e causador do nosso impasse político com grandes prejuízos para as populações, tem sido, sem dúvida o Partido Socialista, tal como vinha acontecendo na América Latina, até que um dia o eleitorado destes países despertaram para a realidade e reduziram os partidos socialistas destes países a grupelhos políticos sem qualquer credibilidade eleitoral. Porque teima o Partido Socialista Português, não se juntar á esquerda? O que leva o PS a aliar-se á direita e ao mesmo tempo auto-proclamar-se de esquerda? Importa referir que a situação na América Latina, dá-se com a coligação dos partidos à esquerda dos partidos socialistas pró-americanos os quais ficaram isolados. A partir do momento que isto aconteceu a dinâmica política alterou-se profundamente refletindo-se na melhoria e bem estar do povo, através de uma política económica assente na nacionalização das riquezas dos países, isto é,  as riquezas do país começaram a reverter  na melhoria de vida do povo, o que veio a acontecer, com destaque para o petróleo do Brasil e da Venezuela, o que até então com as políticas de subserviência preconizadas pelos partidos conservadores em relação ao poder económico, não deixavam desenvolver. Naturalmente, que esta revolução da América Latina, veio destronar muitos interesses instalados, não será por acaso que houve já em alguns países tentativas de golpes de estado como aconteceu na Venezuela, na Bolívia e o golpe de estado recentemente consumado nas Honduras com o deposto Presidente Manuel Zelaya democráticamente eleito pelo seu povo. Quem não se lembra do golpe de estado no Chile democrático de Salvador Allende? Enfim, podiamos aqui referir imensos factos políticos onde a ingerência norte americana não esteve alheia, como aliás, se constata na atualidade um pouco por todo o mundo, “bonita democracia” esta norte americana, desde que sejam eles a mandar e a usufruir das riquezas dos países mais indefesos. Todos os imperialismos ao longo dos séculos se comportaram desta forma, ou seja, saquear a riqueza dos países mais vulneráveis. Será esta alternância, com a benção do poder económico, a que estamos eternamente condenados?

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