Wednesday, August 6, 2014

RESPOSTA AO MEU AMIGO RUI GRAÇA MOURA


COMENTÁRIO DO MEU AMIGO RUI GRAÇA MOURA
Manuel, não deixa de ser curiosa a maneiro como o meu amigo responde quando interpelado, se a resposta fugir aos cânones da resposta tradicional do P.C.P. ou for incómoda q.b., o Manuel responde com chavões! Se não, vejamos, passo a demonstrá-lo:
• Em relação ao facto de o Hamas ser uma força completamente reaccionária e tudo o que defende estar nos antípodas do que defende o P.C.P e, já agora, o mundo ocidental civilizado, responde absolutamente nada!
• Em relação à CONTRADIÇÃO MONUMENTAL de apoiar um movimento mas não os seus métodos, a sua resposta é igual a zero! E este ponto era o mais importante e aquele que demonstrava como é inconciliável, incoerente, indefensável e frágil intelectualmente o que defende! Essa afirmação é em si mesma refinadamente maquiavélica!
• Quanto à CISÃO provocada no comunismo internacional pela assinatura pela antiga U.R.S.S. do Pacto Germano-Soviético com os Nazis de Hitler – o meu amigo responde absolutamente zero!
• Quanto à prisão de David Olmert que em si mesmo é uma demonstração cabal da força da democracia em Israel– moita carrasco, nada!
• Quanto ao facto de Israel ser uma democracia no meio da barbárie – resposta igual a zero!
• Quanto à eficácia dos Kibtuz versus a ineficácia dos Kolkhoses – comentário zero!
• Quanto ao facto de a esquerda apoiar o Hamas, a única resposta que o Manuel consegue balbuciar é que a esquerda apoia o Hamas – facto que estamos cansados de saber e que não acrescenta nada mas ainda bem que o reconhece, mas o que não diz é que a esquerda apoia o Hamas por preconceito ideológico e por, por princípio, ser contra o que é ocidental e os seus valores, ou não fosse o Ocidente completamente capitalista, sistema em relação ao qual a esquerda está em desacordo por princípio e tudo o que sirva para o fragilizar e fustigar é bom para a causa, já se esqueceu-se da “débâcle” total do comunismo, ou, por teimosia e arrogância intelectual – nunca o quis aceitar, tem a memória curta, o problema é que para apoiar o Hamas tem que negar os principais valores porque diz reger-se, enfim, uma pequena contradição… !
• Quanto à acusação que faz de que “a direita apoia os nazis”, afirmação da sua responsabilidade e que gostaria que me explicasse porque não sei a que direita se refere nem a que Nazis se refere, como sabe, há várias esquerdas, conforme há várias direitas… se se refere ás democracias ocidentais, relembro-lhe que foram elas que em 1945 derrotaram o NAZISMO e o FASCISMO, com o apoio da U.R.S.S., sem dúvida, mas foram elas as responsáveis pelo seu fim… se se refere aos israelitas como nazis, relembro-lhe que eles foram as vítimas do holocausto e que são a única democracia no Médio Oriente, ora, democracia e nazismo são incompatíveis, o nazismo é um regime político totalitário, tal qual o comunismo!
• O actual governo de Israel, tal qual todos os anteriores, foi eleito pelo povo. Se quer dizer que Israel não devia actuar como actua em Gaza – não é essa a opinião dos israelitas que apoiam esta intervenção numa maioria esmagadora – o que não invalida o que já lhe disse várias vezes: é uma calamidade!
• Se me vai falar na votação da maioria no parlamento contra a moção que condenava Israel – já lhe disse várias vezes que não sou advogado de defesa deste governo nem desta maioria, o que não me impede de pensar pela minha cabeça e de não usar chavões!
• Por fim, Manuel, não vale a pena continuar esta discussão se não for capaz de responder a estes pontos que bem sei são incómodos que chegue para si, mas para quem passa a vida a acusar os outros de não responder, convenhamos que dava algum jeito se respondesse… Abraços.


RESPOSTA AO MEU AMIGO RUI GRAÇA MOURA - Caro amigo Rui, vou procurar responder uma vez por todas às questões que levantou. E começaria por ir diretamente ao assunto, sem rodriguinhos como diz. Vai ver que não lhe respondo com “chavões” como me acusa, a menos que defender as minhas ideias, para o meu amigo sejam “chavões”, se assim for, lamento. O Rui, começa por fazer juízos de valor, para não lhe chamar juízos xenófobos ou racistas, quando por exemplo classifica de reacionário o Hamas que foi legitimamente eleito pelo seu povo, um povo cujo a sua cultura nada tem a ver nem de perto nem de longe, com a cultura dos países, classificados por si, de civilizados. Queria lembrar que, estas precipitadas declarações, normalmente são classificadas como declarações da ideologia da extrema-direita. A contradição que diz existir é mais uma falácia sua, uma deturpação do que afirmei sobre o Hamas. O que eu disse, foi o seguinte: a esquerda não apoia os métodos do Hamas, muito embora, eles estejam a administrar a cidade de Gaza com legitimidade democrática, isto quando muito a esquerda apoia o povo de gaza vítima da saga assassina dos sionistas de Israel, que ocupam ilegalmente pela força das armas, um território que não lhes pertence ao abrigo do Direito Internacional. Ora, isto para quem está constantemente a enaltecer o Estado de Direito em Portugal é no mínimo muito estranho que não se preocupe com o Direito Internacional, a menos que o meu amigo, tenha dois pesos e duas medidas para utilizar conforme as conveniências. Para “variar” a URSS, tinha que vir à colação, não fosse o meu amigo um grande detrator dos regimes comunistas. E então, para chocar os leitores menos protegidos quer-nos prendar com o ónus do grande busílis da questão, ou seja o Pacto Germano-Soviético, mas, desiluda-se porque eu tenho outra versão histórica totalmente diferente da sua. É sabido que esse referido Pacto, que diga-se de passagem que é muito utilizado pela direita internacional para tentar denegrir o regime comunista, só que o tiro saiu-lhes pela culatra, vejamos: O Pacto Germano-Soviético, na invasão da Polónia, serviu de catalisador, armadilha, isco, ou cilada, como queira, montada pela U.S. aos nazis. Não foi um pacto tão simples e linear como a direita tenta fazer crer, a própria União Soviética também acabou por ser invadida pelos exércitos nazis, só que tiveram azar. O Pacto Germano-Soviético foi mais do que isso, para além dos países da Alemanha e União Soviética, envolveram-se interesses doutros países, nomeadamente tanto da Inglaterra assim como da França, interesses de ordem territorial e interesses de ordem política e estratégia militar, como se veio mais tarde a confirmar com a derrota dos nazis na União Soviética. Se assim não fosse nada nos garantiria que hoje vivêssemos num mundo livre. Quanto à cisão que refere no mundo comunista, com origem no referido pacto, tornou-se mais uma propaganda dos regimes hostis ao regime comunista, e se alguns intelectuais se afastaram, outros apareceram como é recorrente ainda hoje dentro do PCP. Portanto o alarido da dita cisão não compensou tanto como a direita tenta fazer crer. A prisão de David Olmert, dentro da democracia israelita, não passa de uma árvore a tapar a floresta, mais um simbolismo para produzir os efeitos pretendidos, por exemplo, neste debate. Não sei, mas, possivelmente trata-se de uma “persona não grata” para o regime de Israel. Temos alguns, muito poucos, exemplos semelhantes cá em Portugal, com certas figuras de colarinho branco, vão presas e outras, nem por isso, por maiores crimes, depois de serem detidas, saem em liberdade, como se viu recentemente, com Ricardo Salgado, Oliveira e Costa, Duarte Lima, entre outros. Por conseguinte, o exemplo da referida prisão de David Olmert, na dita democracia israelita, não surtiu o efeito desejado, pelo meu amigo. Diz o amigo Rui, que Israel é uma democracia no meio da barbárie, está enganado, Israel é a própria barbárie. O que se poderá chamar a um país que bombardeia e arrasa, por mar, terra e ar, sistemática e indiscriminadamente casas, escolas, hospitais, provocando para já cerca de 2000 mortos, sendo 1/3 dos quais crianças inocentes. Como se vê, quem são aqui os barbários? Fracamente Rui, o meu amigo parece que vive noutra galáxia, ou então os seus valores de sensibilidade humana, estão muito por baixo. Quanto à eficácia dos Kibtuz, não me prenuncio porque nunca os visitei, mas nem tudo serão rosas. Tal como diz o seu “compagnon de voyage” Ângelo Correia, é um erro crasso tentar comparar a cultura árabe com a cultura ocidental, no fundamental temos que os compreender e respeitar na sua cultura e convicções, sob pena de nos tornarmos xenófobos ou racistas. Numa-palavra: Temos que ser tolerantes. Nunca aqui ninguém disse, que a esquerda apoia os métodos utilizados pela administração do Hamas, não é verdade, o que quer dizer que não colide ou implique com o apoio ao povo mártir de Gaza, aliás, no meu texto essa questão está bem explícita. Mas pode-se dizer à boca cheia, que a direita apoia os métodos xenófobos e racistas utilizados pela administração sionista da extrema-direita de Israel. Isto de meter o nazismo e o comunismo no mesmo saco, não deixa de ser uma patetice ridícula, sobretudo para um historiador como o meu amigo, porque acaba num ápice de adulterar toda a história, sobretudo nas abismais diferenças das práticas ideológicas. Então, como se compreende que o meu amigo reconheça a derrota do NAZISMO e o FASCISMO, com o apoio da U.R.S.S., sem dúvida, e por outro lado venha dizer “que o fascismo é um regime totalitário, tal como o comunismo”, estamos perante uma contradição insanável, sem consistência. Rui, quero-lhe lembrar que os judeus vítimas do nazismo no holocausto, não tem, rigorosamente nada a ver com estes sanguinários que estão no poder em Israel, aliás, há muita gente israelita que não se reveem nestes terroristas da extrema-direita de Israel. Por isso, quando o meu amigo utiliza o chavão da "maioria esmagadora", não deixa de ser um dos seus grandes desejos, porque na realidade o povo de Israel também quer a paz, e recusa-se a ensanguentar as suas mãos, nesta carnificina. Só os fanáticos e terrorista da extrema-direita se vangloriam desta tragédia. Quando o meu amigo apoia a ação dos sionistas de Israel, por muito que queira disfarçar é disso que se trata, e por outro lado vem com “lágrimas de crocodilo” afirmar que o que está acontecer em Gaza é uma calamidade, eu sinceramente, fico baralhado com os seus paradoxos e contradições. Como vê, amigo Rui os seus pontos não são para mim nada incómodos como afirma, dir-se-ia que “o feitiço se virou contra o feiticeiro”. Para terminar espero ter correspondido às suas espectativas, pelas quais tanto ansiava. Um abraço, com amizade
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